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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Christian Dior!

Continuando com o assunto ícones da moda, hoje vou falar um pouquinho de Christian Dior, muitas vezes vc se pega morrendo de vontade de ter uma roupa, perfume ou acessório de marca famosa, mas nem sempre sabe realmente a quem elas pertencem, e até mesmo porque tem tanto glamour.
Considerado o new look da moda internacional até hoje, Christian Dior era uma pessoa de temperamento difícil e complicado, mas conhecia seu ofício quando desenhava seus croquis para a alta costura francesa. O estilista nasceu na cidade de Granville, balneário conhecido como a Mônaco do norte da França, em 21 de janeiro de 1905. Na época, a família Dior tinha uma boa situação financeira, seu pai era um próspero comerciante de fertilizantes, o que lhe garantiu uma infância e juventude tranqüila. Seriam as roseiras de sua mãe, Madeleine, que inspirariam o futuro estilista a criar seus modelos florais e orientais para, como dizia ele, “embelezar as mulheres”. Mesmo com o grande interesse em artes, especialmente o desenho, estudou ciências políticas, por influência de seu pai, com a intenção de seguir uma carreira diplomática. Após terminar o curso, gastou seu tempo viajando pela Europa, até que, em 1927, abriu uma galeria de artes, em sociedade com o amigo Jacques Bonjean. Eles chegaram a expor alguns trabalhos de amigos como Christian Bérar
Em meados de 1934, Dior enfrentou uma grave doença. E o que é pior, não podia contar mais com o dinheiro da sua família que, desde 1931, atravessava vários problemas financeiros. Em 1935, recuperado e disposto, começou a desenhar croquis para o Figaro Illustre, jornal parisiense que os publicava semanalmente na seção de alta costura. Depois de conseguir vender uma coleção de desenhos de modelos de chapéus, o inventivo Dior elaborou croquis de roupas e acessórios para várias maisons de Paris, até que, em 1938, ingressou de cabeça no mundo da alta costura ocupando o cargo de assistente do estilista suíço Robert Piguet. Nesse ínterim, explodia a Segunda Guerra Mundial e Dior foi convocado para a batalha, na qual atuou como soldado do corpo de engenheiros.
Em 1941, já trabalhando na Maison do estilista francês Lucien Lelong, conheceu o francês Pierre Balmain, que depois se tornaria um grande e importante estilista francês. Nessa altura, o estilista, então com 41 anos de idade, almejava ter a sua própria Maison e conseguiu concretizar o sonho com a ajuda financeira do então magnata e empresário dos tecidos, Marcel Boussac, no dia 16 de dezembro de 1946 com a fundação da The House of Dior. O lendário endereço, em Paris, o número 30 da Avenida Montaigne é o mesmo até os dias de hoje. No dia 12 de fevereiro de 1947 lançou sua primeira coleção chamada “Carolle Line” que contava com a revolucionária saia na altura do tornozelo, apelidada pela redatora da conceituada revista americana Harper’s Bazaar, Carmel Snow, de “New Look” (novo visual). Contendo inúmeras variações e novidades para época, a coleção se tornou um sucesso imediato, principalmente pelos ombros arredondados, cinturas acentuadas, saias rodadas, vestidos suntuosos, fartos, com cintura bem fininha e ombros à mostra. O modelo que se tornou o símbolo do “New Look” foi o tailleur Bar, um casaquinho de seda bege acinturado, ombros naturais e ampla saia preta prissada, que vinha quase até a altura dos tornozelos. Luvas, sapato de salto alto e chapéu completavam o figurino.
Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Ele conquistou de cara o mundo da alta costura pela ousadia e por causar impacto com suas roupas – afinal, para ele, “as peças eram feitas não somente para serem bonitas, mas também para chocar”. O estilista conseguiu mudar o conceito de praticidade e simplicidade das roupas femininas, até então uma necessidade dos tempos de guerra e uma tendência da moda criada por Chanel. Após alguns anos de reclusão, a mulher pós-guerra queria se sentir novamente feminina e estava ansiosa em recuperar a elegância e o luxo verdadeiro. Nos bailes, que à época se sucediam aos jantares, as mulheres ricas e célebres compareciam usando Dior. O estilista criou modelos extremamente femininos, luxuosos, sofisticados e elegantes, inspirados na moda da segunda metade do século 19. Os vestidos eram mais longos, o busto mais acentuado, a cintura bem marcada e as saias amplas.
Ainda em 1947 foi fundada a divisão de perfume, conhecida como Parfums Christian Dior, que iniciou suas atividades com o lançamento da fragrância Miss Dior, um verdadeiro clássico até os dias de hoje. Em apenas um ano, a coleção New Look teve mais de dez mil encomendas. A volta por cima da beleza feminina fez a cabeça de mulheres célebres como Eva Perón, Grace Kelly e Marlene Dietrich. Em 1949, dois anos após a inauguração, a Maison Dior já era responsável por mais de 5% das exportações francesas. Nesta época, Christian Dior já tinha uma casa de prêt-à-porter de luxo em Nova York, além de estar bem estabelecido para assinar contratos de licenças com empresas americanas. No ano de 1954, ele mudou tudo com a apresentação da linha H (H de haricot vert, uma vagem comprida): nada de busto e cintura apertada. Dior inovou mais uma vez ao imprimir estilo com vestidinhos tubulares que escondiam as formas. O vestido-saco revolucionou de forma surpreendente cabeças e corpos. Também criou modelos luxuosos, com muita seda e tule bordado, além dos vestidos de tecidos transparentes, com saias sobrepostas e comprimentos dos mais diversos.
A linha Y surgiu em 1955 e mostrava um corpo longo com a parte superior mais pesada, além de golas grandes que se abriam em forma de V. A linha A trouxe vestidos e saias que se abriam a partir do busto ou da cintura para formar os dois lados de um A. Com apenas 52 anos de idade e dez anos depois de fundar sua Maison, Christian Dior morreu precocemente em 23 de outubro de 1957 após sofrer um ataque cardíaco fulminante. Deixou um verdadeiro império do luxo, com 28 ateliês e 1.200 empregados. Os números impressionavam: em dez anos de existência, foram vendidos mais de 100 mil vestidos, um milhão e quinhentos mil metros de tecido decorados e 16 mil croquis realizados. Além disso, ele ingressou no mercado de massa em Nova York, foi capa da revista Time (segurando a inseparável tesouro de costura), e, ao democratizar suas criações, foi acusado de banalizar a cultura francesa. Estava adiante de seu tempo. Inaugurou lojas DIOR na Inglaterra, México, Cuba, Canadá e Japão. Para assumir a direção de criação da grife, após sua morte, foi escolhido o então jovem e talentoso Yves Saint-Laurent, que provocou protestos dos discípulos de Dior por ter criado peças poucos tradicionais para a marca, como jaquetas de couro e vestidos curtos.
Em 1962, Saint-Laurent resolveu abrir sua própria Maison, e em seu lugar assumiu Marc Bohan, um estilista francês mais experiente. Seus modelos mais influentes foram apresentados em 1966, baseados no filme Dr. Jivago, com casacos amplos de cintura apertada, vestidos longos e botas. No final desta década, dois acontecimentos foram de extrema importância para a marca: em 1967 a inauguração da primeira loja exclusivamente masculina (DIOR HOMME) e, em 1969, o estabelecimento da divisão de cosmético, que seria responsável por consolidar a marca DIOR ainda mais como um ícone do segmento de luxo. A partir de 1989, o italiano Gianfranco Ferré, em uma clara tentativa de renovação da Maison, foi escolhido como o novo nome da marca CHRISTIAN DIOR. Logo em sua primeira coleção ganhou o Dedal de Ouro oferecido pela empresa Helena Rubinstein ao melhor estilista de cada temporada. Em 1990, lojas sofisticadas da DIOR foram inauguradas em lugares luxuosos de Nova York, Los Angeles e Tóquio.
Desde 1997, o inglês John Galliano é o designer da grife e responsável pela criação das coleções de alta costura e prêt-à-porter feminino. E chegou para incendiar a marca francesa. O estilista assumiu o posto criativo da CHRISTIAN DIOR com o respaldo de nada menos que Bernard Arnault, o todo-poderoso do grupo LVMH, influente conglomerado do segmento de marcas de luxo, que havia adquirido a grife em 1984. Ao colocar Galliano, um rebelde, inglês e iniciante, à frente da Maison Dior, os franceses ficaram chocados. Porém, apenas um ano depois, a marca voltou a dar dinheiro. John Galliano causou uma reviravolta na DIOR. Houve dois “escândalos”, no bom sentido da palavra, que fizeram com que a marca voltasse aos bons tempos: a simples contratação de John Galliano e a “coleção dos mendigos”, que causou frisson ao desfilar modelos vestidos como mendigos na passarela. O estilista é convencido de que o esquisito, mesmo chocante, vende. Já colocou nas passarelas trapezistas, acrobatas chineses, monges Shaolin, freiras e esfinges. Considerado um gênio rebelde, o estilista comandante da DIOR falava pouco em público, mas não precisava disso para virar notícia. Em um dos seus últimos desfiles de alta costura, modelos exibiram vestidos em estilo império, recobertos de bordados preciosos. Enquanto isso, uma banda de hard rock tocava e destruía seus instrumentos a chutes e pauladas. Recentemente, no início de março de 2011, o estilista, filho de um encanador inglês e de uma espanhola, depois de ter sido suspenso de suas atividades após ter sido detido em Paris, acusado de insultos antissemitas, foi demitido pela marca francesa. O italiano Riccardo Tisci foi nomeado novo diretor criativo da maison.
Então meninas é isso, espero que vcs tenham gostado de conhecer a história desse homem que revolucionou o mundo da moda!..beijinhos até a próxima!!

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